André Braga & Cláudia Figueiredo
13 e 14 de julho, 17h00 | Aveiro [ESTREIA]
20 de julho, 15h00 | Festival dos Canais, Aveiro [ESTREIA]
21 de julho, 16h00 | Festival dos Canais, Aveiro [ESTREIA]
As apresentações de DERIVAS NA RIA terão lugar nos dias 13 e 14 de julho, pelas 17h00, e dias 20, pelas 15h00, e dia 21, pelas 16h00. O ponto de encontro está marcado na AVELA – Associação Aveirense de Vela de Recreio, junto à Antiga Lota de Aveiro. A entrada é livre, com reserva obrigatória através do email bilheteira-TA@cm-aveiro.pt.
Em julho, nos fins-de-semana de 13-14 e 20-21, estreamos em Aveiro, no âmbito da Capital Nacional da Cultura, DERIVAS NA RIA, o novo projeto de André Braga e Cláudia Figueiredo, diretores artísticos da Circolando – Central Elétrica, estrutura artística do Porto, ligada à dança, teatro e cruzamentos disciplinares.
Projeto de território, com uma forte componente site specific e multidisciplinar, DERIVAS NA RIA resulta do convite e co-produção da Câmara Municipal de Aveiro / Teatro Aveirense e toma como matéria de indagação o vasto território da Ria de Aveiro, “paisagem indecisa entre o mar e a terra”, com mais de quarenta quilómetros de costa. Para o projeto, a equipa artística decidiu debruçar-se na zona da ria conhecida como Ria Aberta ou Ria Selvagem, ou seja, a ria para lá das comportas que a isolam da cidade.
“Gigantesco pólipo fluvial”, a laguna de Aveiro é um território precioso que permanece ainda muito desconhecido. Repleta de memórias ancestrais e desafios sempre renovados, há algo na Ria que nos consegue retirar do correr do tempo. Apelando a várias linguagens artísticas, e seguindo o formato do espetáculo-percurso entre várias estações, Derivas propõe o encontro com a paisagem e uma ficção construída a partir do território, suas vivências e histórias, mais ou menos documentais, mais ou menos imaginárias.
“Nestes projetos, o que sobretudo nos agrada é tomar os universos e materiais que encontramos no território e cruzá-los com dimensões mais metafóricas e ficcionais, propondo novas leituras e associações originais”, resumem os artistas.
Walkscapes, experiências intensas de embrenhamento na paisagem, antropologia ficcional, espírito dos lugares, micro histórias das pessoas, das coisas, das entidades que os habitam são algumas das ideias-chave com que partiram para o território.
“A vida como totalidade está recolhida em espaços e lugares que só nos são acessíveis experimentando-os, vivendo-os. Em cada lugar, valorizamos a sua dimensão existencial, a multiplicidade de camadas, a pluralidade de durações. Cruzamos discursos, leituras, memórias, sensações, e acabamos a propor-lhe uma breve ficção”, explicam.
A extensa zona do Salgado de Aveiro – que chegou a contabilizar 270 marinhas, tendo agora apenas 6 em atividade – constituiu o núcleo central do seu mapa de investigação, seguindo-se depois a definição de um percurso que envolve grandes caminhadas, viagens de barco, performances, instalações e um cine-concerto. O projeto conta com a participação de grupos da comunidade local, nomeadamente uma formação da Banda da Quinta do Picado e um grupo de jovens alunas da Escola de Dança Sandra Leite e reflete o trabalho em co-criação de uma equipa artística multidisciplinar: Gonçalo Mota, no vídeo, João Sarnadas, na composição musical, Ana Amaral, Daniela Cruz e Gil Mac, nas estações performáticas.
A pesca e os viveiros de peixe, as marinhas de sal, o moliço, as atividades do Porto de Aveiro, os estaleiros de construção de embarcações tradicionais, a investigação científica… procurou-se um olhar sobre a contemporaneidade da Ria, sua memória e possibilidades de futuro.
“Na laguna, vive-se de há muito uma tensão sobre prioridades de desenvolvimento, opções por diferentes modos de vida, e, como quase sempre, há muito debate que fica por fazer. Acreditamos na força muito especial da experiência e julgamos premente dar a ver um território único que permanece muito desconhecido, inclusivamente da maioria dos aveirenses”.
Ficha Artística
Um projeto de André Braga e Cláudia Figueiredo em co-criação com João Sarnadas (composição musical), Gonçalo Mota (criação vídeo e apoio à dramaturgia), Daniela Cruz (interpretação e criação coreográfica), Ana Amaral (interpretação) e Gil Mac (interpretação)
E com a participação especial de Mariana Gonçalves (vídeo), Ria Jazz Orchestra – Banda da Quinta do Picado e Escola Sandra Leite
Direção de produção: Ana Carvalhosa
Produção executiva: João Gravato, Cláudia Santos, Susana Lage e Sara Jorge
Comunicação: Sara Jorge
Construção e luz: Felipe Silva e Pedro Coutinho
Apoio local: Ricardo Janicas
Guias: Catarina Ribas, Gonçalo Cavaz, Helena Xavier, Julia Cavaz, Marta Sampaio, Rui Neves
Apoio construção: Tudo Faço / Américo Castanheira, Filipe Cruz, João Nunes, Diogo Rocha
Coprodução e acompanhamento no território: Teatro Aveirense / CM Aveiro
Classificação etária: maiores de 6
O espetáculo-percurso tem a duração aproximada de 3 horas, seguida do cine-concerto com a duração aproximada de 45 minutos.