André Braga & Cláudia Figueiredo
“Os Raios X (descobertos em 1895 por Wilhelm Röntgen) trazem a inquietação metafísica de ver o interior dos corpos materiais, poder observar o interior das coisas vivas, penetrar a matéria e perceber as coisas a partir do seu centro mais íntimo e vital”.
É este o repto que queremos tomar para nós, e um pouco em contraciclo ao das nossas últimas criações, indagar sobre os territórios do etéreo e da leveza. O espaço “dos ecos da luz”, “dos brancos intersticiais”, “da ressonância do visível”. Geografias imaginárias que se adaptam bem ao que mais nos seduz nas radiografias: a cor, a luz, o tempo, a dissolução dos corpos materiais. Pomos de lado a doença e a vertigem da morte e embarcamos numa Expedição.
“A visão do Grande Vazio faz perder o pé”. O grande silêncio do corpo, a fonte onde a energia pura cria o movimento da dança. Que imagens, que paisagens podemos criar que reflitam este misterioso lugar?
Queremos prosseguir com a reflexão sobre as formas de sensibilidade e lucidez próprias da criação artística. Interessa-nos aventurar-nos num diálogo a cru com a filosofia. José Gil e María Zambrano, estão entre os autores a visitar.
Direcção: André Braga
Dramaturgia: Cláudia Figueiredo
Interpretação: André Braga e Paulo Mota
Música ao vivo: Pedro Augusto
Vídeo: Vitor Costa
Luz: João Abreu
Produção: Ana Carvalhosa (direcção) e Cláudia Santos
Apoio à realização plástica: Nuno Brandão (1ª fase), Rodrigo Queirós (2ª fase)
Texto: excertos de Gilles Deleuze, José Gil, Maria Filomena Molder, María Zambrano
e José Tolentino Mendonça
Co-produção: Circolando, Teatro Municipal do Porto, São Luiz Teatro Municipal
Residências de criação: FITEI, Teatro Municipal do Porto
2018 | 70 minutos | maiores de 16 anos