No âmbito do projeto europeu PLANT, desenvolvemos em co-criação com o arquiteto Roberto Cremascoli e com a Escola Superior de Arte Design de Matosinhos, o projeto ESPAÇO COMUM. Trata-se de uma peça de mobiliário urbano MULTIFUNCIONAL que instalámos no Largo de São Pedro, na área junto ao fontanário, sob o mote do ENCONTRO, do BEM COMUM, da CURADORIA DE PROXIMIDADE.
Um espaço para estar. Um espaço para estar com o outro.
Um espaço de encontro que não tem uma única forma o tempo todo.
Um lugar de conversas, de partilhas e outras atividades que vamos definindo em conjunto.
Às vezes, esquecemo-nos que uma das grandes forças das cidades é a coabitação próxima de muitíssimas pessoas, com todas as suas experiências, histórias, ligações, e que isso pode ser muito enriquecedor para todos nós, se nos disponibilizarmos a estar mais uns com os outros. São Pedro de Azevedo, por ter algo que ainda lembra o espírito da aldeia, pareceu-nos que podia ser o lugar ideal para realizar um programa que coloca o ENCONTRO, a CONVERSA, a PARTILHA de saberes no núcleo das motivações.
Um lugar de todos para todos que se possa desdobrar em vários formatos-espaços-funções.
Receitas de família, segredos de cozinha, vamos trocar entre nós?
Coelho Botelho, já ouviram falar?
Como e quando cozinhar?
Rio Tinto, Rio Torto, como posso contribuir para a sua revitalização e limpeza?
Mel, abelhas, colmeias, gostava de saber um pouco mais sobre esse mundo…
E sobre as plantas selvagens que se podem comer…
Infusão de bolota? Temos ali um carvalhal e podemos ir buscar algumas…
Sueca, xadrez, dungeons & dragons alguém aqui sabe e gosta de jogar?
Plantas invasoras, o que são e como lidar com elas?
Dálias, rosas, margaridas, gostava de saber muito mais sobre flores.
Malha, crochet, trabalhos em felpa de lã…
Já não há muitos sítios no Porto com rebanhos de ovelhas… é uma honra!
No domingo, dia 7 de abril, a chuva deu tréguas para conversarmos com o Pedro Teiga, da Casa dos Rios. Instalada na margem esquerda do Rio Torto, junto à Ponte do Gato, a E.Rio dedica-se à reabilitação de rios e ribeiras segundo técnicas de engenharia mais próximas da natureza. O envolvimento das comunidades como guardiãs dos seus rios é fundamental nestes processos, e nada como uma boa conversa e um bom passeio para nos lembrar do Tinto e do Torto, os rios que estiveram na origem de Campanhã e marcaram a sua história, passada e futura.
Cineasta e artista visual, Tânia Dinis vem desenvolvendo um projeto muito ligado à pesquisa e recolha de arquivos fotográficos. Em vários dos seus trabalhos, propõe voltar ao ritual da visualização em grupo de imagens, como meio para despoletar conversas e lembranças. A Associação Cultural Os Iniciadores e as vivências no Largo foram o ponto de partida para esta primeira conversa que teve lugar no dia 21 de abril.
Na sua investigação e prática artística, a Rebecca Moradalizadeh tem-se interessado muito pela alimentação e tudo que se conectacom ela: a comida, os modos de a fazer e preparar, os cheiros, os afetos… As vivências na cozinha e a partilha de receitas trazem um mundo de memórias e genealogias familiares. Na conversa do dia 12 de maio, a Rebecca introduziu-nos ao projeto R/Espigar e, com a colaboração da Clara Santos, partilhou e preparou connosco várias iguarias para o lanche.