de André Braga & Cláudia Figueiredo
9 – 11 Dezembro [Leitura Encenada], São Luiz Teatro Municipal,Lisboa
A “ecosofia mental”, essa proposta de hibridação da filosofia com o pensamento ecológico, que se ocupará em “reinventar a relação do sujeito com o corpo, com o fantasma, com o tempo que passa, com os ‘mistérios’ da vida e da morte” (F. Guattari), é um campo vasto a que vamos querer dedicar-nos algum tempo. Retomando alguma da pesquisa que iniciámos com “Climas” e seguindo de perto as propostas da Geopoética, de Michael Taussig, de David Abram, “Cratera” quer procurar experiências intensas de conexão com a terra e a natureza que reclamem outras formas de linguagem e lucidez. A paisagem vulcânica, pela sua forte dimensão telúrica e proximidade à pulsação e respiração da terra, é o território eleito para ‘instalar’ o nosso laboratório de pesquisa.
Numa co-produção com o Teatro São Luiz e o Teatro Nacional São João, e no contexto de um programa que o TNSJ vem desenvolvendo em parceria com Cabo Verde, a ideia é focar a pesquisa e parte do processo de criação nas ilhas do Fogo e São Vicente.
Início, fim, profundo, arcaico. Explosivo, intenso, apaixonado, fecundo e ao mesmo tempo arrasador. A ideia de taça, útero, espaço mais ou menos protegido, de rumores, de línguas estranhas, de imaginários intemporais, tem qualquer coisa de babélico que nos seduz.
Aliando investigação e criação, “Cratera” será desenvolvido em 2022/2023, em várias fases de residência. A estreia final do projeto será só em Junho de 2023, mas pelo caminho vamos fazer uma abertura de processo na forma de leituras encenadas. Quisemos arriscar o que será isto de começar pelo texto.