SALVALAVALMA nasce antes de tudo antes de nós, no ventre da plenitude; na memória das lágrimas do primeiro contato com o mundo; nos banhos por mãos ancestrais; na abundância das chuvas nas infâncias de pés descalços, a encher bacias, baldes de bênçãos; nos mergulhos nos açudes e rios dos interiores de nós; na força do sangrar das barragens; nas quedas, sem dor, das cachoeiras insurgentes; na profundeza das travessias, por vezes forçadas, entre margens… Desde quando começamos a criar juntos, em 2007, acessamos heranças afetivas que nos aproximam, povoam. O banho, como dádiva, envolve, desde sempre, nosso corparquivo. Limpeza, cheiro, benção, folha sagrada, canção tépida que cinge an alma da carne ativando descanso, sonho, coragem. Em 2010, adotamos simbologias diversas como prática de autoamor, autocura, para lidar com as contradições do mundo. Em 2020, SALVALAVALMA surgiu como sopro na pandemia Covid-19, mas não pode ser encarnada pelo risco da contaminação. Em 2023, esboçamos desejos com exercícios performativos numa experimentação indicial. Agora, em residência criativa, que se propõe contínua, afloramos sonhos im/possíveis.
Ficha Artística
Criação e performance: Dori Nigro e Paulo Pinto
Colaboração sonora criativa: Okan Kayma
A mostra de processo de SALVALAVALMA acontece no âmbito do Programa de Residências Artísticas CRL – Central Elétrica.