Chão, paredes, teto. Quanta arte pode ser gerada num espaço de residências, dedicado a artistas das mais diferentes nacionalidades, ao longo de 17 anos? Aqui habitamos, aqui recriamos mundos… agora, resta uma Ruína. Convidamos artistas que por aqui passaram ao longo deste anos à criar uma “homenagem/rito” de despedida. O que restará do processo de gentrificação na cidade do Porto?
Terrapleno, Paulo Mota & André Braga
“Há um espaço que não será de novo percorrido: o sangue nas mãos mostra que um crime longínquo se cumpriu. E tudo ficou esclarecido como terra lavrada. Subitamente a paz? O teu corpo: um clarão inquietante.” Rui Nunes
Miragem, Daniela Cruz
“O espaço tossiu sobre mim e eis que deixei de existir” – Henri Michaux
Em criação, Ricardo Machado
O L foi o espaço onde passei mais tempo em criações nos meus quase 20 anos de carreira. Não querendo contar a exatidão desse tempo, nem olhar com saudosismo ou melancolia para este momento, opto por ter um olhar de transformação e de possibilidade, como escreveu María Zambrano sobre as Ruínas: Mas como pode ser assim? Que a ausência seja mais do que aquilo que alcançou a presença?
EM CRIAÇÃO, é uma partitura coreográfica improvisada para a minha homenagem ao L, com criação musical de Pedro Salvador.