André Braga, Cláudia Figueiredo e Panaibra Canda
25 e 26 abril 2025, 17h00 | Festival DDD, Teatro Municipal Constantino Nery [ESTREIA]
29 abril 2025, 21h30 | Black Box, Leiria
16 maio 2025 | Teatro Aveirense, Aveiro
23 maio 2025 | Teatro das Figuras, Faro
30 maio a 1 junho 2025 | São Luiz Teatro Municipal, Lisboa
“A voz do mar encheu o céu e a terra. Uma voz que está cheia e se quebra, e nunca mais acaba”.
No seu contínuo balanço, o mar traz e leva consigo memórias de todos os tempos.
Foi o mar que trouxe Vasco da Gama a Inhambane, cidade do sul de Moçambique batizada por ele de ‘Terra de Boa Gente’. E foi por mar que foram levadas de Inhambane milhares de pessoas escravizadas, muitas delas perdidas para sempre nas suas águas.
“— O mar é um mundo. No mar há vida. Há montanhas, plantas, vento e peixe. Há vida humana nas profundezas”.
Inspirados pela mitologia de Drexciya, que imagina um povo subaquático descendente de escravos africanos que foram deitados ao mar durante a travessia do Atlântico, e pelo testemunho de uma curandeira de Inhambane sobre as suas experiências com os espíritos do mar, OU reflete sobre múltiplos encontros. O encontro de dois corpos, com as suas forças, as suas abstrações, as suas histórias, as suas vontades. O encontro entre o mar e a terra, o visível e o invisível, o ancestral e o contemporâneo, o espiritual e o terra-à-terra.
Resultado de uma colaboração entre André Braga & Cláudia Figueiredo e Panaibra Canda, OU tomou como pronto de partida a paisagem de Inhambane, terra de memórias familiares e coloniais, onde o presente se mistura com as reverberações do passado.
“A memória enraíza-se no concreto, em espaços, gestos, imagens e objetos”. Interessa-nos pensar a História a partir a partir de outras perspectivas, outras vozes, outras linguagens e de um pensamento cruzado que sobrepõe passado, presente, futuro. Interessa-nos prosseguir com a pesquisa sobre o que Paul Carter chamou de “política do chão”: “um novo pisar que não terraplane o terreno, mas que deixe o chão galgar o corpo, determinar os gestos, os movimentos, numa nova coreografia social”.
Com uma linguagem fortemente transdisciplinar, OU entrelaça dança, som, vídeo, luz e palavra num tecido sensorial que convida à escuta e à imaginação. A proposta é um convite a pensar a História pela via da ficção, da fabulação, da presença fantasmagórica como forma de justiça e memória.
Criação coletiva
Direção artística, desenvolvimento do conceito e dramaturgia: André Braga, Cláudia Figueiredo e Panaibra Canda em colaboração com Gonçalo Mota e João Sarnadas
Interpretação: André Braga e Panaibra Canda
Sonoplastia: João Sarnadas
Vídeo: Gonçalo Mota
Luz: Santiago Rodríguez Tricot
Texto: excertos da conversa com Constança José Beoula
Espaço cénico: André Braga em colaboração com toda a equipa
Figurinos: Sandra Neves
Apoio à construção: Joana Mesquita Alves, Sandra Neves, Pedro Coutinho e Nuno Guedes
Direção de produção: Ana Carvalhosa
Produção: Joana Mesquita Alves (coordenação de projeto) e Cláudia Santos
Apoio à administração: João Gravato
Coordenação técnica: Pedro Coutinho
Comunicação: Joana Borges
Coprodução: DDD – Festival Dias da Dança; São Luiz Teatro Municipal; Teatro das Figuras; Teatro Aveirense / CM Aveiro
Apoio: CulturArte Moçambique (estrutura de apoio ao artista Panaibra Canda)
Agradecimentos: Direção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane, Casa Provincial da Cultura de Inhambane, Centro Cultural Machavenga, Rui Horácio Mbande, Luis Luis Chauque, Ana Lúcia Cruz, Lizette Chirrime, grupo de participantes no workshop de criação em Inhambane, Ana Barata, Fernanda Araújo, Francisco Babo