Espírito do Lugar 5.0

de andré braga e cláudia figueiredo

[ESTREIA] 20, 21, 22 + 27, 28 e 29 Setembro, 18h | Quartel Monte Pedral, Porto

Espectáculo-percurso

‘Temos uma capacidade inata de lembrar e imaginar lugares. Percepção, memória e imaginação estão em constante interação. Continuamos a construir uma imensa cidade de evocação e lembrança, e todas as cidades que visitámos são zonas nessa metrópole que chamamos mente’
(J. Pallasmaa).

O ciclo de longa duração Espírito do Lugar prossegue com o seu trabalho sobre os espaços da memória e da imaginação.

Rua da Constituição – Serpa Pinto – Egas Moniz, o Regimento de Cavalaria instalou-se no complexo em 1912.

Na primeira visita que fizemos ao Quartel, ficamos fascinados com o espaço do picadeiro e com a aura que o cavalo assume na história deste lugar. O picadeiro e as cavalariças há muito que não vêem cavalos, mas eles habitam o seu sono fantasma.
Das ações militares destacadas pelo Regimento de Cavalaria, coincide com o período da sua vida no Porto as que tiveram lugar em diversos Teatros de Operações Ultramarinos. A memória da Guerra Colonial veio romper com o aparente vazio que prevalece.
Neste momento, e não sem alguma ironia, a paz é o tom que prevalece. Silêncio, vazio, branco, espaço parado, e ‘imersos na camada onírica mais profunda’ os ecos da história.
“Todas as nações imperiais são casas assombradas apinhadas de fantasmas. Talvez só a memória e o testemunho sejam a única forma ética de lidar com esses fantasmas sangrentos, reconhecendo-lhes o poder de condicionar as nossas vidas presentes.”

“Para que é que foi aquilo? Porque é que nos mandaram para a guerra?”
António Lobo Antunes, João de Melo e vários outros testemunhos mais anónimos foram os nossos guias “neste mergulho sem filtro em episódios da violência brutal da guerra e dos seus despojos hoje”.