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O Pecado de João Agonia prossegue a operação de resgate das palavras de Bernardo Santareno iniciada com a produção de A Promessa, em 2017. . Como denominador comum aos dois projetos encontramos o encenador João Cardoso, diretor artístico da ASSéDIO, companhia que partilha nova incursão no território de um dramaturgo que praticou uma “poética de raízes”. O Pecado de João Agonia (1961) inscreve-se num conjunto de peças onde Santareno afirma uma estratégia de oposição a um sistema opressivo, problematizando aspetos de natureza sexual (a homossexualidade) e questões de natureza religiosa (o pecado, o sacrifício). Este incitamento a uma espécie de “desobediência dos dogmas” é aqui vivido no interior de um apertado círculo comunitário – um “lugarejo serrano e primitivo”, o Portugal salazarento, país que ainda é o nosso. Lugar onde o “vento queima” e o céu se enche de pássaros pretos na noite do crime. “Não vás, João Agonia! Foge, foge!”