CELEBRAÇÃO 25 ANOS CIRCOLANDO

No âmbito da residência internacional Travessias de Criação Porto-Central 2025, abrimos a mostra de processo a Clemente, um solo de Andreia Pires com direção de Vinicius Arneiro. Trata-se de uma investigação corporal que conjuga materialidades visuais distintas e conecta as ausências às danças. Uma expedição que ativa as camadas do luto ao mesmo tempo que articula a força da presença, modificando as oposições entre vida e morte. 

Após a residência internacional Travessias de Criação Porto-Central 2025, uma parceria entre a Porto Iracema das Artes e a CRL – Central Elétrica, Maria Epinefrina abre processo com Maldita. Corpo cobra de sereia, monstruoso, erótico. Uma pesquisa de movimento atravessado por técnicas de floorwork do pole dance e por alguns mitos e lendas que nos revelam mulheridades divinas, insurgentes e pecadoras, em uma composição coreografica que reflete a herança da culpa, do castigo e do monstro que a figura feminina historicamente carrega no ocidente.

Estilhaços e Acúmulos é a instalação de Tales Frey que se constrói a partir dos escombros do consumo. Entre o gesto da coleta, o ato performativo e seus desdobramentos, o processo investiga o que resta e o que resiste ao ser ressignificado. Cada roupa encontrada carrega vestígios de histórias, de corpos e de ausências, transformando-se em testemunho do desgaste ambiental e social. Esta pesquisa busca instaurar um espaço de reflexão sensível, tendo o lixo como arquivo, o tecido como memória, o corpo como território de crise e reinvenção como exercício de reconstrução poética frente ao colapso anunciado.

ERRANTE é uma viagem sonora sobre o deslocamento, a memória e a busca de pertença. Dois músicos cruzam sons e silêncios como quem percorre fronteiras invisíveis.
Cada nota é um passo, cada pausa, um regresso impossível.
Errante nasce da ideia de movimento físico, emocional e dança interior. É o som de quem parte e de quem fica. Neste concerto, dois músicos constroem um território provisório feito de ritmos, ecos, ruído e melodias que atravessam fronteiras visíveis e invisíveis, misturam raízes e inventam um lugar onde a errância é a casa.

Figura incontornável do nosso imaginário underground, Claiana é um espectáculo personificado em carne, show e osso ao qual jamais alguém acusou de paralisia de ancas. 
Num idioma cantado e criado pelo próprio, Claiana chega-nos com uma impressão digital difícil de replicar, não fossem as suas influências transversais a todo um Oceano, a figuras díspares como Patrick Saint-Éloi (Kassav’) ou Michael Jackson, bem como a imortal paixão pelo futebol e a filosofia de vida de um tal de Bruce Lee.