Depois de um período de residência, Tânia Dinis e Letícia Simões partilham os processos de Morada Aberta e Malunga, respetivamente, no dia 14 de março no âmbito do Programa de Residências Artísticas CRL – Central Elétrica.
Morada Aberta constitui uma “performance fílmica” de carácter documental e ficcional que acompanha o quotidiano de mulheres do Alto e Baixo Minho, designadas historicamente como Bruxas e Curandeiras, que praticavam acções condenadas pela sociedade. Malungas parte de uma pesquisa linguística e histórica acerca da ideia de uma (suposta) identidade malunga, fluida e híbrida, construída entre e por mulheres negras imigrantes (presente) com ressonâncias no testemunho de mulheres negras da diáspora (passado) visando outras inscrições e transformações (futuro).
Ainda nesse dia, é possível assistir à mostra de Katábasis de Valter Fernandes. O corpo solitário perde-se nas dobras do seu próprio labirinto. Uma espécie de Narciso invertido que, desapaixonado pelo seu reflexo, mergulha nas águas do inconsciente num diálogo com a sombra que habita o fundo desse lago.