No Brasil, durante nove décadas, existiu um hospício, o Hospital Colónia de Barbacena, onde pessoas marginalizadas, gays, mulheres, inimigos políticos da elite, alcoólicos sem casa, crianças indesejadas, andarilhos, epiléticos eram encerrados junto a pessoas diagnosticadas com problemas de saúde mental e todas recebiam o mesmo tratamento brutal instituído por um sistema que não as queria.
Nesta peça, Cavalcanti constrói uma fuga.
E se quatro pessoas fugitivas desse hospital estão na estrada, partilhando um pacto comum? E se eles pensam que são uma banda rock em tourné? E se estão escondidas numa garagem ou prédio abandonado a ensaiar para um concerto mas sem instrumentos? Quem são essas pessoas, o que sentem, como se relacionam entre si? Quais os limites entre a loucura e a imaginação? Como manter pensamentos e corpos livres como uma criança que (ainda) não está condicionada como ser social e produtivo?
Ficha Artística
Criação, performance e direção: Francisco Thiago Cavalcanti
Co-criação e performance: Bárbara Cordeiro, Francisca Pinto e Piero Ramella
Colaboração na criação: Clara Kutner, Lander Patrick e Lisa Nelson
Acompanhamento artístico: João Fiadeiro, Carolina Campos e Daniel Pizamiglio
Luz e direção técnica: Santiago Rodriguez Tricot
Coprodução: Teatro do Bairro Alto
Fotografia: Clara Kutner, João Fiadeiro, Lucas Damiani, Safire Hikari
Agradecimentos
Lia Rodrigues, Marlene Monteiros de Freitas, Katarina Lanier, Jovan Monteiro, equipe do PACAP 5 e do Forum Dança
Apoios
Forum dança, L’Obrador-Espai de Creació, La caldera, Transborda-Mostra internacional de artes performativas de Almada, Teatro il Lavatoio, Linha de Fuga
Um cavalo disse mamãe é um coletivo independente, multidisciplinar e transfronteiriço, que surgiu em Portugal em 2022 a partir do encontro de Francisco Thiago Cavalcanti, Piero Ramella, Bárbara Cordeiro e Francisca Pinto. No contexto do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas 5, promovido pelo Forum Dança e que teve, nesta edição, a curadoria do coreógrafo e pesquisador João Fiadeiro, os quatro artistas criaram a peça “Também se matam cavalos”, e desde então desenvolvem um trabalho de investigação continuada que aborda entre outros temas a condição humana e animal em uma relação dialógica, poética e simbólica.