Solo de dança de Francisco Thiago Cavalcanti, que parte da existência de uma baleia azul denominada 52 Blue. Esta espécie, única no mundo, apresenta uma anomalia ainda inexplicável para a ciência; sua frequência sonora atinge 52 hertz. Uma baleia comum possui a frequência de 15 a 20 hertz. Por causa disso, a 52 Blue não pode conviver com outros de sua espécia, pois seria insuportável. Partindo deste fato, Francisco cria uma narrativa povoada de fantasmas, solidão, dor, tristeza, ilusão, brincadeira, encantamento e imaginação. O trabalho está calcado em: arquivos pessoais do autor, danças que já dançou, paisagens sonoras, desejos discursivos que ainda não tinha experimentado, assim como na tradução poética de sua condição neurodivergente. Francisco é autista e Francisco também é uma baleia azul com frequências muito particulares.
Ficha Artística
Performance, criação e direção: Francisco Thiago Cavalcanti
Colaboração dramatúrgica e assistência de direção: Piero Ramella
Interlocução criativa: António Pocinho Rivotti, Daniel Pizamiglio, Francisca Pinto
Mentoria: Ntando Cele, Nadia Beugré
Desenho de luz e direção técnica: Luís Moreira
Cenografia e figurino: Francisco Thiago Cavalcanti
Paisagem sonora: Gustavo Portela
Músicas: Vapor Barato (Jards Macalé, Waly Salomão), Tired of Being Alone (Al Green), Love Is a Losing Game (Amy Winehouse), La Strada (Nino Rota)
Vídeo: Gustavo Portela/Varanda Criativa
Fotografia: Jamille Queiroz
Apoio voz e corpo: António Pocinho Rivotti, Laya
Produção executiva: Sinara Suzin (Alkantara)
Produção: Alkantara
Coprodução: Alkantara
Uma realização do coletivo Um cavalo disse mamãe
Agradecimentos
Vânia Vaz, Bárbara Cordeiro, Sara Paternesi, Yaw Tembe, Walesca Timmen, Isabelle Maciel, Clarissa Rêgo, Javier Cuevas e equipa
Apoios
Alkantara, In Ex(ile) Lab – Creative Europe, Santarcangelo Festival/European Festivals Fund For Emerging Artists, La Caldera e Teatro da Voz/Real Pelágio
Francisco Thiago Cavalcanti é artista da dança, do teatro e da performance, brasileiro, queer, neurodiverso, não-branco. Vive em Portugal, onde fundou o coletivo multidisciplinar, independente e transfronteiriço um cavalo disse mamãe, em parceria com Piero Ramella, Bárbara Cordeiro e Francisca Pinto. No Brasil, trabalhou sete anos com a coreógrafa Lia Rodrigues. Participou no PACAP 5 do Forum Dança com curadoria de João Fiadeiro, tendo apresentado no TBA a peça Também se matam cavalos.